Transição escolar: amenizando a mudança do Ensino Fundamental para o Ensino Médio
A mudança do Ensino Fundamental para o Ensino Médio é tida por educadores e especialistas no assunto como a mais marcante e profunda das três transições escolares pelas quais um estudante passa ao longo de sua vida escolar. E não é para menos!
O aumento da carga horária e do número de disciplinas e professores, além do início de uma certa pressão acerca do vestibular e das escolhas profissionais futuras, somadas às inquietudes e descobertas profundas típicas da adolescência, podem gerar sentimentos bastante intensos, como ansiedade, solidão e confusão.
Mas afinal, como os pais podem ajudar seus filhos durante essa transição escolar? É possível amenizar seus efeitos e fazer com que essa fase seja curtida e vivida de uma maneira mais tranquila?
É exatamente sobre essas questões que discutiremos no nosso post de hoje! Continue acompanhando a leitura e descubra como auxiliar seu filho nessa transição tão importante. Confira!
O que está envolvido na transição escolar do Ensino Fundamental para o Ensino Médio?
A conclusão da nona série do Ensino Fundamental marca o encerramento de um ciclo bastante importante: o da Educação Básica. Assim, a entrada no Ensino Médio representa para os jovens um mundo novo, onde maiores compromissos e responsabilidades passam a fazer parte da vida cotidiana.
Questões como o vestibular e a escolha de uma profissão começam a ser abordadas nessa fase e o número de disciplinas, bem como a carga horária aumentam. O relacionamento com os professores também tende a mudar, pois como são muitos, há um certo distanciamento natural entre mestre e aluno. Além disso, é no Ensino Médio que muitos adolescentes trocam de escola, deixando de conviver com colegas e professores que fizeram parte de suas vidas diariamente durante anos a fio.
Embora para muitos adolescentes essa seja uma transição vista como uma conquista, onde ele terá mais liberdade e autonomia para ser quem é, para outros ela representa a perda de amizades, rupturas de rotina e uma exagerada pressão.
O início da vida adulta
Como se não bastasse todas as mudanças acadêmicas e de enfoque que marcam a transição entre o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, que podem gerar estresse e ansiedade por si mesmas, existe também um outro ponto superimportante e que não pode deixar de ser levado em consideração: o início da transição entre adolescência e vida adulta.
A adolescência não é, nem de longe, uma fase tranquila (apesar de ser uma das melhores da vida). Afinal, é nesse momento em que se experimentam mudanças corporais bastante intensas, o aprofundamento das relações afetivo-amorosas, além da descoberta da sexualidade.
Ademais, além da esfera do indivíduo, é na adolescência que as pessoas começam a construir, de fato a sua personalidade e a sua maneira de relacionar-se com o mundo e com os demais, se autoafirmando como sujeito. Questões como autonomia, responsabilidade pelas próprias escolhas e pela própria vida, disciplina e alcance de metas pessoais começam a surgir justamente nessa fase da vida.
Com tantas demandas novas a serem manejadas e compreendidas, muitos adolescentes, em meio a esse turbilhão de sensações e sentimentos, podem acabar confusos, priorizando outros aspectos da vida que não a escola. Com a paixão e a intensidade típicas dessa época, a vida escolar pode acabar “não tendo sentido”, especialmente se os jovens não contarem com uma boa rede de apoio na escola e na família.
Como ajudar os jovens nessa transição escolar?
Engana-se quem pensa que apenas a escola e os professores são os responsáveis por auxiliar, apoiar e orientar os alunos durante a transição do Ensino Fundamental para o Ensino Médio. A família, especialmente os pais, têm sim um papel extremamente importante nessa fase.
É essencial que seu filho saiba que pode contar com o seu apoio durante a transição, de maneira a enfrentá-la com mais confiança e sem tantas inseguranças e medos. Deixe claro para ele que, apesar de ser um pouco assustador no início, os anos do Ensino Médio serão também muito bacanas, e que trarão muitas novidades, aprendizados e pessoas incríveis para a sua vida.
Dentro desse contexto, acostume-se a perguntar sobre a nova escola e sobre como ele está se sentindo em relação a tantas mudanças. Deixe-o perceber que você está realmente interessado e disponível para dialogar e apoiar. Mas atenção! Cuidado com o exagero!
A adolescência também é uma fase onde os jovens cortam de maneira mais definitiva o “cordão umbilical” com os pais e perguntar demais pode fazer com que ele se sinta invadido em sua privacidade. Dê o espaço necessário, sempre acompanhando de perto e o motivando. Isso ajudará a torná-lo um adulto forte, autônomo e responsável pelas próprias escolhas.
Da mesma maneira, o vestibular e as escolhas profissionais podem começar a ser abordados nessa fase. Deixar para falar sobre isso às vésperas das provas não é uma boa ideia.
Busque dialogar com seu filho sobre quais são as suas expectativas em relação a esse assunto assim que ele entrar no Ensino Médio. Porém, faça isso de maneira tranquila, sem cobranças ou pressões, para que a escolha profissional não se torne uma paranoia estressante, totalmente desnecessária para uma pessoa na faixa dos 15 anos de idade, não é mesmo?
E nunca se esqueça de sempre dar a sua opinião sincera, mas nunca menosprezar as escolhas do seu filho. Entenda que ele é um ser humano, com seus sonhos e metas. Assim, não projete seus próprios desejos nele, ok? Ofereça todo o apoio e, se possível, ferramentas para que ele descubra de verdade quem é e o que quer para a sua vida. E deixe sempre muito claro que ele não é obrigado a suprir as expectativas da família.
Dessa maneira, você estará contribuindo de forma efetiva para que a transição escolar do Ensino Fundamental para o Ensino Médio seja o menos traumática e angustiante possível para o seu filho. Acredite, ele lhe agradecerá por isso mais tarde, tornando-se um adulto muito mais confiante e seguro de si mesmo!
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