Os motivos para a nova geração preferir aprender com atividades práticas
Grande parte dos pais de estudantes no Ensino Fundamental e no Ensino Médio de hoje receberam educação formal em escolas tradicionais. Nesse modelo, a maior parte (quando não a totalidade) dos estudos se dava por meio de aulas expositivas, leituras e exercícios repetitivos, aparentemente sem conexão com a realidade, além de avaliações realizadas por meio de provas e trabalhos por escrito. Para eles, portanto, pode parecer difícil compreender a necessidade de materialização do conhecimento apresentada por seus filhos.
Mas essa sede por colocar a mão na massa não é apenas uma impressão ou mesmo um modismo, viu? Na verdade, ela foi mais que comprovada pela pesquisa Nossa escola em (re)construção, realizada e divulgada no ano passado. Com idades entre 13 e 21 anos, foram entrevistados 132 mil estudantes, sendo que 36% disseram preferir aprender fazendo e participando. Diante dessa realidade, como podemos colaborar para que os jovens tenham as ferramentas que desejam e de que precisam para chegar ao final do período escolar com a formação necessária a um futuro de sucesso acadêmico, profissional e pessoal?
Para ajudá-lo a compreender melhor como funciona a mente de aprendiz do seu filho é que resolvemos listar 6 motivos pelos quais a nova geração prefere aprender com a mão na massa. Confira e aprenda!
A conexão com o mundo real torna o aprendizado mais significativo
Para que eu vou usar isso na minha vida? Quem nunca se fez essa pergunta durante uma aula de qualquer que seja a disciplina que atire a primeira pedra. Contudo, são grandes as chances de que o conteúdo vítima de descrédito tenha, sim, servido (e muito) para a vida desse aluno. Ele pode apenas não ter se dado conta disso por não ter visto o conhecimento em ação.
É inegável que os jogos de palavras e versos divertidos de professores de cursinho ajudam na decoreba necessária para diversas disciplinas. Mas uma estratégia realmente eficaz para promover a absorção de conhecimento é fazer conexões com o mundo real. Por isso, precisamos levar em conta que a tecnologia, tão presente no cotidiano dos jovens, deve estar presente também na escola, nas conversas, nas aulas e nos exemplos.
Uma única experiência prática pode abordar conteúdos de diferentes disciplinas
Você já parou para pensar em quanto aprendizado pode haver, por exemplo, em um jogo de tabuleiro ou mesmo em uma partida de videogame? Matemática, Lógica, Linguagem, Geometria, História e Geografia: todas essas disciplinas podem ter conteúdos abordados (e consequentemente aprendidos) durante uma brincadeira ou uma busca conjunta pela solução de um problema prático.
A preparação de uma experiência simples para uma feira de ciências, por exemplo, somada à elaboração da apresentação gráfica e também da explicação ao público pode trazer mais aprendizados em uma semana do que um semestre inteiro de aulas de pura explanação.
Os jovens da nova geração percebem os erros como excelentes professores
E se não der certo? Aí tentamos de novo, de outra maneira, até encontrar a melhor forma de chegar a um resultado. No caminho, aprende-se tanto com os erros quanto com os acertos. Para isso, a presença dos professores se faz primordial. Cabe a eles dar orientação para que os jovens avaliem os motivos que levaram ao erro, oferecendo as ferramentas necessárias para tentar descobrir novos caminhos e alertar sobre movimentos corretos e errados, além de ajudar a identificar as inovações presentes nos pensamentos não convencionais — tão comuns nessa nova geração.
Você tem alguma dúvida de que isso ensina muito mais que simplesmente tirar nota X? O mesmo pode ser dito da reprovação de um aluno por não acertar a resposta a uma pergunta feita em prova após aulas expositivas e estudos apenas por meio de leituras.
Os colegas de aula se tornam colaboradores e a turma vira uma equipe
Em vez de uma competição (tácita ou escancarada) sobre qual é o melhor aluno da turma, imagine uma organização em que todos são parte de uma equipe com um objetivo em comum. Como se não bastasse o aprendizado dos conteúdos relacionados à tarefa prática ou ao problema a ser solucionado pelos colegas, uma atividade em que os estudantes colocam a mão na massa ensina também importantes lições de convivência, empatia, autonomia, parceria, criatividade e tantas outras qualidades e competências fundamentais para o sucesso na vida em sociedade.
Mas não se engane, porque isso não quer dizer que os alunos desvalorizem o papel do professor! Segundo a pesquisa que citamos ali em cima, mesmo quando pensam em inovação no ensino, apenas 14% dos alunos entrevistados disseram dispensar a presença de um professor como mediador do aprendizado.
A criação de protótipos e a resolução de problemas promovem sensação de competência
Para usar uma palavra da moda, a nova geração deseja se sentir empoderada. Em uma tradução mais adequada, o termo em inglês empowered significa capacitado. E não é justamente isso que você espera que seu filho obtenha na escola? Capacitação para a vida adulta.
Ao serem capazes de tocar, manipular e ver em ação algo produzido por eles, os alunos obtêm justamente essa sensação de serem realmente capazes de fazer algo. Essa percepção e essa satisfação fazem com que o caminho percorrido até o resultado fique impresso na memória. O que foi feito foi, portanto, aprendido e apreendido.
O que é aprendido na prática desperta curiosidade para ir além
Com tudo o que abordamos agora, estamos querendo dizer que o ensino teórico está com os dias contados? Estamos insinuando que livros e textos não têm mais vez nas salas de aula? Nada disso! Aliás, muito pelo contrário! Na realidade, a tendência é de que, como seres humanos, quanto mais descobrimos sobre um assunto, mais curiosidade temos a respeito dele e, assim, mais informações e conhecimentos desejamos buscar.
E é aí que entram as fontes tradicionais de ensino e aprendizado. Uma aula expositiva baseada nas percepções obtidas com a realização de uma experiência ou um texto que colabore com provas acadêmicas aquilo que foi visto na prática muito provavelmente serão muito bem-vindos, contando com o grande benefício obtido pela metodologia de ensino não convencional: a participação ativa do aluno.
Agora que você compreendeu por que seus filhos preferem aprender fazendo, aproveite para conferir também nosso post sobre como usar a tecnologia para potencializar o aprendizado da geração digital!