O que esperar do novo ensino médio?
A educação é considerada por muitas famílias como um investimento para que seus filhos tenham um futuro promissor na carreira que escolheram. Por essa razão, todas as polêmicas que envolvem algumas mudanças nas formas de aprendizado e nas matrizes escolares são motivos de preocupação. É o que está acontecendo com a proposta do Novo Ensino Médio, um projeto do Governo Federal que, à princípio, tem como objetivo preparar melhor os jovens para a entrada em um curso superior.
No entanto, é preciso esclarecer melhor que é e o porquê essa reforma no Ensino Médio, como fazer com que realmente seja inovadora e quais aspectos precisam ser ressignificados.
Neste artigo, serão abordados esses itens, para que possam auxiliá-lo no entendimento das mudanças na educação. Acompanhe!
O que é o novo ensino médio?
Muito se fala sobre a necessidade de mudanças no ensino médio, pautada na justificativa de que o modelo atual precisa de atualização para promover o interesse dos estudantes.
O Ministério da Educação (MEC), constatou ao avaliar os resultados de avaliações externas, que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) estava pouco significativo, prevalecendo baixo desempenho. Os altos índices de evasão escolar e posição do Brasil na avaliação internacional – PISA, evidenciou os ruins resultados e sinalizou ao MEC a necessidade de realizar uma mudança e promover um currículo mais flexível.
O projeto de reforma do Ensino Médio tem o intuito de melhorar a educação no país, propondo inovações no sistema atual e o estudante poderá escolher a área de conhecimento em que deseja avançar nos estudos.
A estrutura terá uma parte obrigatória e comum a todas as instituições de ensino, em todos anos do Ensino Médio, seguindo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – um documento que visa nortear o que é ensinado nas escolas do Brasil inteiro, englobando todas as fases da educação básica, desde a Educação Infantil até o final do Ensino Médio, e outra parte flexível.
Dessa maneira, segundo apoiadores do projeto, os estudantes terminam o Ensino Médio sabendo em qual área seguirão em suas carreiras, o que favorece sua entrada no mercado de trabalho.
O que vai ocorrer com as disciplinas?
As mudanças propostas com a Reforma do Ensino Médio trazem dúvidas sobre como na prática acontecerá o novo formato.
É importante saber que o Ministério da Educação propões o trabalho com áreas do conhecimento, denominadas “itinerários formativos”. São eles: linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas, formação técnica e profissional.
As disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Língua Inglesa serão obrigatórias em todos os anos do ensino Médio.
As demais somente serão fornecidas para os estudantes que optarem por elas, dentro de suas áreas de conhecimentos pretendidas. As Filosofia, Sociologia, Arte e Educação Física, por exemplo, podem vir como temas transversais ou serem trabalhadas junto com outra disciplina específica.
A ideia central é de que os estudantes podem ter uma formação voltada para o curso de graduação que pretendem realizar, focando em uma visão mais voltada para o mercado de trabalho e para a profissão que desejam para o futuro.
Como a nova proposta vai preparar para o ensino superior?
A reforma no Ensino Médio visa preparar melhor os estudantes para o ingresso em um curso de graduação, com o objetivo de que escolham o curso com o qual tenham mais vocação e afinidades.
O Ministério da Educação pensou em uma reforma, dentro dos moldes de países desenvolvidos, nos quais a educação é inovadora.
Para viabilizar a concretização das ideias propostas, tudo precisa ser feito a partir de um planejamento e metodologia bem pensados, para que possamos perceber um progresso no sistema de ensino.
Garantir metodologias ativas, nas quais os alunos possam ser contemplados com aulas que alinhem a teoria com a prática, proporcionando o desenvolvimento de altas habilidades cognitivas pode ser um excelente caminho.
Ter os professores como mediadores de conhecimento trabalhando em parcerias esclarece onde cada disciplina pode ser utilizada no cotidiano.
Projetos multidisciplinares, no qual as disciplinas são apresentadas como complementares umas às outras. O mercado de trabalho atual tem como um de seus focos a contratação de profissionais abertos ao novo, ao conhecimento de outras áreas, além daquelas nas quais são formados. E isso começa com uma abordagem multidisciplinar desde os primeiros anos da vida escolar.
Assim, para que realmente o novo Ensino Médio prepare os estudantes para a graduação, é preciso estar seguro dos critérios que foram estabelecidos no projeto, implantar um sistema inovador e flexível que garanta a abordagem de conhecimentos primordiais.
O que muda nas escolas particulares?
A competitividade no mercado das escolas da rede privada aumenta cada vez mais. Fica na frente quem está de olho nas tendências e consegue realizar as mudanças de maneira segura e responsável.
Para isso, as escolas particulares terão necessidade de ajustar as suas realidades com as necessidades atuais e futuras de mercado, definido em seu planejamento estratégico metas de curto, médio e longo prazo, sem perder de vista a qualidade de sua oferta educacional.
Analisar o cenário atual talvez seja o ponto de partida para incorporar as mudanças de acordo com o que realmente considerar importante para a realidade em que está inserida.
As escolas precisam levar em consideração a estrutura curricular, entender qual itinerário oferecer, rever a carga horária, formar a equipe docente, estudar com a equipe gestora o novo modelo, rever o material didático, rever a infraestrutura, comunicar com sabedoria as famílias e dar segurança aos alunos para que possam fazer as melhores escolhas. As escolas podem escolher qual itinerário oferecer.
Todos precisarão, nesse momento de grandes e significativas mudança, ter um olhar focado nos pontos positivos da reforma e no que a instituição trará de inovador dentro do que o projeto do governo federal propõe.
É importante compreender que o Ensino Médio requer uma reforma para que haja mais qualidade nos conteúdos abordados em sala de aula, de forma mais abrangente e multidisciplinar, alinhando teoria e prática. O novo Ensino Médio precisa preparar melhor os alunos para o mercado de trabalho, no entanto, as mudanças necessitam ser debatidas com todos os interessados.
Vale ressaltar que o processo de implementação do novo modelo demandará tempo, estudo e ajustes, e pela sua complexibilidade, pode levar cerca de quatro anos para chegar às salas de aula. A Reforma do Ensino Médio propõe aumento da carga horária para 1400 horas e até 2024, 25% das escolas do país deverão estar atendendo os alunos em tempo integral.
Com isso, as escolas poderão se estruturar melhor e reinventar a sua prática com a finalidade de melhorar a qualidade da educação promovendo aprendizagem relevante.
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