Escola bilíngue ou curso de inglês: qual é o melhor para seu filho?
Aos poucos, o domínio de um segundo idioma foi se transformando em um dos pré-requisitos mais básicos para a conquista de um lugar ao sol no mercado de trabalho. Hoje em dia, é fato: uma pessoa bilíngue tem acesso a mais (e melhores) oportunidades de emprego que um monoglota. Além disso, quem sabe um segundo idioma tem mais chances de conquistar oportunidades até em outros países! Isso sem contar que um segundo idioma também proporciona uma formação cultural muito mais rica, tornando o indivíduo mais apto a transformações e novas perspectivas.
Todas essas oportunidades devem estar no horizonte dos pais ao escolherem a melhor escola para seus filhos. Mas, afinal, qual é a melhor opção para garantir que os pequenos aprendam um dos idiomas mais falados do mundo: escola bilíngue ou cursinho de inglês? Confira o material que preparamos especialmente para você e tire suas próprias conclusões!
O cérebro e o aprendizado de um segundo idioma
Até por volta dos 7 anos de idade, o cérebro atua como uma esponja, sugando todo o conhecimento que vê pela frente. Por isso é que a infância é o melhor período para aprender uma segunda língua. Nessa época, a criança faz uma série de descobertas e associações, ativando suas conexões cerebrais em conjunto com o aprendizado sobre o desenvolvimento motor e a linguagem materna. Inserir estímulos ambientais nessa fase amplia as conexões neuronais, consequentemente facilitando o aprendizado.
Neurologicamente, a densidade do cérebro dos indivíduos bilíngues tem maior rede neural e realiza mais sinapses, trazendo vantagens cognitivas. Com isso, aprender outros idiomas no futuro, executar mais de uma função ao mesmo tempo, desenvolver o raciocínio lógico, bem como entender diferentes culturas, valores, identidades e etnias se torna muito mais fácil.
Além disso, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psicologia da USP, crianças bilíngues podem intensificar o controle inibitório, responsável por nos auxiliar quando temos estímulos conflitantes e precisamos lançar foco em apenas um deles. Outro estudo, dessa vez realizado pela Universidade de Granada, na Espanha, levantou que o bilinguismo pode ajudar no desenvolvimento da memória e da atenção. Segundo os pesquisadores, os bilíngues usam mais mecanismos de atenção, sendo capazes de trabalhar bem em situações de tomada de decisão.
O papel da segunda língua no cotidiano escolar
Na educação bilíngue, o segundo idioma é ao mesmo tempo um objetivo e uma ferramenta para alcançar esse objetivo. Nesse caso, a criança aprenderá a língua estrangeira enquanto a usa para efetivamente conquistar o aprendizado. Já nos cursinhos de inglês, o idioma é apenas uma meta e não uma ferramenta para esse fim. Nesses ambiente, as crianças são expostas ao aprendizado consciente, com estudo de verbos e exercícios. Esse tipo de estudo pode trazer bons resultados, mas normalmente demanda anos de muita dedicação.
A grande diferença entre a escola bilíngue e os cursinhos de inglês, portanto, está no uso do idioma como ferramenta-chave em quase metade do currículo nas instituições bilíngues. Por outro, lado, no caso dos cursinhos, o idioma é apenas uma matéria-chave.
As peculiaridades de uma escola bilíngue
Nas escolas bilíngues, o aprendizado do segundo idioma se dá pelo processo de aquisição. Assim, a criança aprende a segunda língua da mesma forma que aprendeu o primeiro idioma: por meio de exposição e interação com o meio em que ela se insere, de uma maneira natural. Afinal, na infância, a habilidade do cérebro para adquirir idiomas é instintiva, englobando tudo o que a língua representa.
Em um ambiente montado em outro idioma, o aprendizado ocorre de maneira muito mais rápida se comparado aos cursos tradicionais com apenas algumas aulas semanais. Por essas e outras, a fluência de um estudante de uma escola bilíngue aparece rapidamente — por volta dos 10 anos de idade. Caso a criança faça um curso semanal desde os primeiros anos da vida escolar, com a devida dedicação, essa fluidez costuma aparecer cerca de 2 anos depois.
O mito da confusão causada pelo ensino bilíngue
No caso da educação bilíngue, a criança realmente buscará a associação de idiomas para se comunicar em um primeiro momento. Assim, é possível que seu filho solte frases como eu quero red shoes ou I want a cup of chocolate quente. Mas com o tempo e o acesso a referências tanto em casa como na escola, a criança vai naturalmente diferenciar as 2 línguas. Não tem erro: expor a criança a diferentes idiomas dentro do contexto familiar faz com que ela aprenda diferentes línguas com o máximo de naturalidade possível.
As possíveis desvantagens de cada alternativa
Diante de tantos benefícios, fica até difícil pensar em desvantagens da educação bilíngue na formação de um indivíduo, não é mesmo? Mas uma situação específica deve ser considerada: pressão familiar. Assim como em qualquer etapa da escola, se a criança sofre pressões para falar precocemente um idioma, é possível que crie uma aversão ao aprendizado. Mas esse detalhe é bem simples de resolver: o idioma deve ser lecionado de uma maneira divertida, que envolva o cotidiano da criança e a sua relação com o ambiente. Com isso, o peso se vai e a fluência vem naturalmente.
Em relação aos cursinhos de inglês, esse peso também pode existir, ainda sendo reforçado pela falta de convívio intenso com o idioma. Assim, por mais que as aulas sejam eficientes e a criança se interesse por esse aprendizado, a demora no processo pode causar desmotivação e, consequentemente, retrocesso. Para aumentar o estímulo, os gastos também aumentam, uma vez que são proporcionais à frequência maior de aulas. Nesse caso, pode ser preciso manter uma reserva para aulas de reforço e experiências diferentes de aprendizado, como viagens.
Se a língua é usada na vida diária de uma criança, com atividades interessantes, como cantar, brincar e desenhar, a fluência em inglês se desenvolve naturalmente. Então guarde que a melhor forma de seu filho aprender um idioma é como se estivesse brincando, sem cobranças ou pressão.
Depois de tudo isso, você ainda está indeciso ou deseja saber mais sobre esse modelo de ensino inovador? Então leia aqui um outro post sobre as vantagens do ensino bilíngue e avalie qual é a melhor opção para seu filho!